Quando estamos diante de um texto,
seja ele um artigo, uma história, uma receita, uma carta, uma imagem ou outras
tipologias de gêneros textuais, estamos dispostos a compreender o que o autor/produtor
criou e diante disso ter uma atitude responsiva
ativa, em que o leitor concorda
ou discorda (total ou parcialmente), completa, adapta, apronta-se para
executar, talvez, um novo texto. Os estudos da Análise Textual nos apresentam cinco fatores que contribuem para o
entendimento do texto, são chamados Fatores
Pragmáticos, que são: situacionalidade, informatividade, intertextualidade,
intencionalidade e aceitabilidade. Um dos fatores que mais gosto de estudar e
analisar em textos os quais me deparo é a
intencionalidade, normalmente questionada em salas de aula depois de
leituras, a intencionalidade pode ser uma armadilha tanto para professores
quanto para os alunos.
Nossas crenças, pensamentos,
anseios e desejos estão sempre acerca de alguma coisa. A intencionalidade é um
fenômeno mental que é dirigido para um objeto, seja ele real ou imaginário, consiste
na compreensão e a relação entre um estado mental, uma expressão, e as coisas
das quais esse estado mental se constitui. Quando o produtor constrói um texto,
traça-o com determinada intencionalidade para alcançar um objetivo. Cada
receptor interpreta-o de forma com que achar mais coerente, o que depende muito
do ponto de vista pessoal. A obra “Redação e Intertextualidade” de Maria da Graça Costa Val, nos remete a
seguinte reflexão: “ A intencionalidade concerne ao empenho do produtor em
construir um discurso coerente, coeso e capaz de satisfazer os objetivos que
tem em mente numa determinada situação comunicativa. A meta pode ser informar,
ou impressionar, ou alarmar, ou convencer, ou pedir, ou ofender, etc., (VAL,
Maria da Graça Costa, 1999, p.10)
Quando apresentamos um texto aos
alunos em sala de aula, estamos disponibilizando a eles a oportunidade de
formar sua própria opinião baseado em seu conhecimento de mundo. A discussão do
tema é importantíssima, levar textos atuais ou até mesmo históricos para o
conhecimento dos alunos é válido, sendo que, se faça uma contextualização do
mesmo, como por exemplo, época em que foi escrito, por quem foi criado e onde
foi publicado. Então, diante desses dados ‘tentar’ compreender a
intencionalidade do produtor, mas, jamais se chegará a uma conclusão exata,
nunca sabemos o que o outro no momento da produção textual, tentou nos dizer.
Portanto, perguntas como “Qual a intencionalidade do autor do texto?”, O que o
autor quis dizer?” podem ser substituídas por, “Em sua opinião, qual a ideia
central do texto?”, “Você concorda com os apontamentos do autor? Por quê?”. São
perguntas que ativarão o conhecimento do aluno fazendo-o reproduzir novas
ideias, novos textos através de textos antigos. Assim como o aprendiz ativa seu
senso crítico, questionando, concordando ou discordando das palavras do autor.
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